terça-feira, janeiro 20, 2015

Rescaldo

Em época de início de temporada inevitavelmente as atenções ficam voltadas para o mercado de transferências: quem sai, quem chega, o que projeta-se.

Depois de contratações pontuais e de boa qualidade, esperava-se anunciar De Arrascaeta como a cereja do bolo e findar o ciclo de contratações. Segundo dizem, porque a grande maioria de fato nunca acompanhou o mesmo de perto, é jovem, promissor, articulador e com potencial para ser um excelente jogador.

Dado as notícias da verdadeira novela que foi esta negociação, considero absolutamente correta a atitude do clube não entrar em leilões, ainda mais uma onde segundo o presidente Píffero houve diversas modificações no que já estava previamente acertado, sempre em detrimento do clube. Não sei se fui apenas eu que tive esta impressão, mas o tal Daniel Fonseca para mim foi o novo Orlando da Hora.

Colocado isto em perspectiva, é evidente que se de certa forma o clube tivesse sanado a contratação com a mesma pontualidade e eficácia que anunciou os demais jogadores que tudo isto teria sido evitado, mas no íntimo não temos como saber os verdadeiros desdobramentos. Óbvio também que depois do negócio dar pra trás, que foi desnecessário a direção desmerecer o jogador a qual negociou por semanas.

A certeza que fica é que um jogador só não iria transformar o Inter em um supertime e que a negociação são águas passadas; considero entretanto um grande erro caso o Inter não invista em um jogador com as características anteriormente citadas: agudo, articulador, veloz, capaz de chegar na área com frequência e de substituir D´alessandro que dificilmente aguentará uma temporada que se anuncia com mais de 80 jogos e de altíssima intensidade.

O outro grande ponto de carência é um camisa 9 de qualidade; por mais que o esquema anuncie apenas Nilmar na frente, acompanhado de um outro atacante ou jogador de velocidade, acho imprescindível ter alternativas táticas, isto é, ter a possibilidade de, dadas as circunstâncias, alterar a forma de jogo colocando um jogador de maior imposição física, que prenda os zagueiros adversários e sirva como desafogo para os verdadeiros caldeirões que se anunciam na Libertadores.

Investir em Rafael Moura é apostar numa alternativa que já se mostrou insuficiente. Quem sabe através de um negócio de ocasião ou até mesmo com o avanço do clube na competição continental (mais três atletas podem ser inscritos até as semifinais) este sonhado atleta venha para qualificar o grupo colorado.

Por fim ontem foi realizado o primeiro jogo treino da temporada. Se o Juventude não foi um teste capaz de oferecer maior resistência ou base para avaliação, já é possível ter uma ideia da projeção de equipe titular para este início de ano.

Aguirre flerta com 3 volantes e 2 linhas de contenção, liberando Aranguiz para fazer o vai-e-vem e adiantando D´alessandro. Creio que esta formação seja provisória (ou ao menos os nomes), e ainda Vitinho ou Sasha devam ganhar uma chance para tornar a equipe mais aguda e de maior velocidade, com o objetivo de resolver os problemas de pouca contundência e muita cadência apresentados ano passado.

Sexta-feira há um teste de maior envergadura contra o Shaktar; a Libertadores encontra-se a um mês de distância e é necessário definir esquema de jogo, escalação e afirmar o esquema tático. E se possível, trazer o articulador de velocidade que escapou entre nossos dedos e quem sabe um grande centroavante.

As próximas semanas serão de muita intensidade e há muito trabalho pela frente.

SC
@Davi_Inter_BV