segunda-feira, janeiro 12, 2015

Atitude (pela enésima vez)


Já que os caras começaram a treinar, deixa eu escrever sobre o que é mais importante pra um time de futebol, principalmente com a tal de Libertadores pela frente.

Com direito a exemplo.

Corria o ano de 2006, quando vou assistir ao último jogo do Inter no Beira-Rio até hoje (Copa não conta, óbvio). Era Inter x Pumas, pela Liber06. Vou contar a história da competição até chegar nesse ponto, pros mais novos, e para aquele cantor(?) famoso(?) que virou colorado depois de 2006 (??????!!!!!!).

O time tinha fechado o turno do grupo 6 bem, com um empate entregado prum time venezuelano na estréia, só prá tomar um prestenção pro campeonato que tinha pela frente. Depois vencido o Nacional por 3 x 0, numa bela partida, e por fim, viajado pro México quando saiu perdendo pro Pumas lá, numa partida que eu também poderia usar como exemplo, pois viramos com a mesma característica: atitude. Mas vou usar o jogo da volta porque foi marcante prá mim, sendo o último até hoje e tal.

Nenhum colorado achava que aquele jogo ia complicar. Na nossa inocência sul-americana (sim, temos que reconhecer que de 93 - onde nem valeu muito - até 2004, a gente perdeu muita experiência no continente), achávamos que o tal do Pumas não ia complicar no Beira, já que não foi páreo no México.

O jogo começou, e os caras vieram prá jogar, pasmem! Estavam na beira do precipício, e acreditavam nas chances deles! A audácia!

Não só fizeram um gol no começo, como meteram o segundo de falta, com a ajuda do Chicão no gol. O mais foda era aguentar o bêbado sentado do nosso lado, que já tava reclamando do Clemer (e só do Clemer) ANTES do jogo começar. Se encheu de razão depois da falta...

Aí é que entra a ATITUDE que eu sempre falo. Aquele time não admitia perder. Não que estivéssemos sem atitude, ou jogando mal até os 0 x 2, é que os caras foram mais competentes. Não era um jogo fácil, jogado.

No fim do primeiro, descontamos, e ali já dava prá saber como seria o segundo tempo! Ninguém sentou. O bêbado não achou mais o lugar dele, e isso também ajudou no clima. Tinha clima de Grenal do Século!

Que amasso! E de novo, o Pumas não se limitou a defender como um time retrancado. O que aconteceu foi que não demos chances prá eles! Não lembro bem, mas acho - acho - que o Clemer não fez defesa nenhuma no segundo tempo.

Naquele ritmo do time, com o bom e velho grito de VAMO VAMO INTÊ, da torcida, SEM PARAR, era questão de tempo até virarmos o placar. Não que eu tivesse certeza durante um jogo, não me entenda mal, eu tava me cagando de medo, vendo o sonho da Liber acabar numa derrota em casa, mas ao mesmo tempo, todo mundo acreditava na virada, porque o TIME ACREDITAVA.

E foi assim ao longo do segundo tempo inteiro, da competição inteira, até o fim, lá no Japão.

Aqui os dois jogos:

A qualidade do video não é das melhores, mas prefiro do que ouvir a narração do Gremistin, que segundo ele todos os gols do Inter eram falha da zaga, do goleiro, do juiz, do Ministério Público que não interditou o Beira-Rio, e por aí vai....

Era um time imbatível? Não, todo mundo lembra que o Brão ficou na saudade, pois perdemos alguns jogos que não precisava, e mesmo a Liber não foi invicta. Mas era um time que não saia de campo com a cabeça baixa. Perdia, mas perdia tentando até o fim.

É isso que eu quero. Não existe super time. Não existe time invicto - mais. Então que pelo menos percam tentando. Pode ter certeza que vão perder bem menos com atitude assim.

Vim preparado essa semana prá meter pau na direção, como sempre, pois a coisa tava lenta, e nada inspiradora. Tinha até um texto preparado prá isso.

Só que começou a mudar. Que bom. Ponto prá eles. Agora, tem que garantir que se reflita na comissão técnica e jogadores.

Então tá, depois de adocicar o coraçãozinho de vocês com o meu texto prá lá de upa, fiquem com mais uma lambuzada musical.