sexta-feira, novembro 09, 2012

Babel

Fiquei positivamente impressionado com a repercussão do post anterior. Primeiro, por ver quanta gente lê o blog, mas até então não vinha (ou o fazia raramente) comentando. Fico feliz que o texto tenha suscitado em tantas pessoas o desejo de se manifestar e contribuir com a discussão. Inclusive me senti mesmo honrado com o comentários de pessoas como o Fernando Miranda, dentre tantos outros que aprendi a respeitar nestes anos de convivência aqui no BV, como o Gonçalves, o Nelson, o Leo Maia, mrodrigooliveira, Marco, entre outros, além dos "mais recentes", como Flamarion, por exemplo. Me surpreendi um pouco com a presença inusitada de outros tantos desconhecidos (por mim), especialmente por terem em comum o fato de não terem gostado do texto.


Fui chamado até de gremista, vejam só. Até pra Diana sobrou, pobrezinha. Mas é o tal problema da torre de Babel. Muitos citaram Píffero, como se com o texto eu o estivesse defendendo. De cara ficou claro para mim que esses leitores nunca devem ter lido um texto meu aqui. Segundo, me pergunto como é que podem ter concluído isso diante do meu texto. Umberto Eco teria calafrios diante de tantos casos de superinterpretação. Vi que até houve uma batalha no contador de positivos e negativos do texto, dando uma pontuação alta, que não me lembro de ter visto igual. É, a política aquece os corações da turma. Para quem não leu o texto e os comentários, acredito que vale a pena dar uma olhada. Quero, da minha parte, apenas fazer alguns contrapontos.

Primeiro. Que tal pararmos com essa bobagem de achar e sugerir que só quem paga mensalidade é que ajuda o clube e, pior, só estes torcem para o Inter "de verdade". Que coisa mais infantil e cansativa. Dá pra gente subir o nível só um pouquinho?

Segundo. Fernando Miranda colocou sua opinião de que nem mesmo o CC representa uma oposição de fato. Tendo a não concordar com isso, pelo que observo de fora, mas valeria a pena que mais gente por dentro, inclusive o próprio Fernando e o Gonçalves, discutissem mais essa questão, nos permitindo nos informar melhor. Acredito que todos ganharíamos com isso.

Terceiro. Sim, a palavra "desassociar" pode ter sido exagerada mesmo. É mais provável que eu me contente em suspender o pagamento da mensalidade, como vários colegas fizeram, como forma de pressionar a direção. E, sim, quero trabalhar para que a eleição do CD mude o panorama, pois à despeito da direção, muitas coisas podem mudar com um CD menos viciado.

Quarto. Considero irresponsável questionar a idoneidade da Diana, apenas pelo fato de ela ter aceitado compor a situação. Sim, eu particularmente dou muito valor ao "dar satisfação" (até hoje tenho o hábito de avisar as pessoas de casa para onde estou saindo) e a falta disso não ajuda em nada a Diana. Mas na falta de evidências, é melhor se calar. A Diana me parece ter colocado a vontade de trabalhar pelo Inter à frente das questões envolvendo a política e, particularmente, a direção do futebol do clube. E se é isso e se ela está conseguindo contribuir para que a obra tenha ainda mais sucesso, ótimo. Só posso ficar feliz por ter menos um incompetente ao lado do Luigi.

Quinto. Sim, a regra da cláusula e o voto do CD eram conhecidas. Ninguém foi pego de surpresa, tanto que HÁ SEMANAS temos levantado a questão e o temor de que o pior ocorresse. Porém, só se muda uma regra conhecida, certo? Portanto, duas questões merecem debate: primeiro, o limite da cláusula, que poderia ser menor, por exemplo, 15%. Segundo, não faria mais sentido primeiro eleger o conselho e só DEPOIS este conselho eleger o presidente? Afinal, é o novo conselho que vai conviver com o cara pelos próximos dois anos, não é?

Esses eram os principais pontos que eu queria contrapor. Espero que o debate continue e, com sorte, em um nível ainda mais alto.