sexta-feira, março 23, 2012

Que nem carro velho...


O Inter está feito carro velho: quando consegue ajeitar uma coisa, logo aparece outro problema. E assim vai seguindo a caranga, sempre meia-boca. Uma semana que começou com grande alívio para todos nós, após a assinatura com a AG. Sim, é bom podermos falar apenas de futebol novamente. Mas aí, como todo carro velho, resolvido um problema, o que acontece? Primeiro, temos nosso estimado Jô "Duas e meia" (da madrugada) resolvendo que seu aniversário era mais importante que a partida na Bolívia. O diálogo com o treinador no treino de segunda deve ter sido mais ou menos assim:

- Professor Doritos, quer dizer, Dorival, posso bater um resenha com o senhor?
- Diz aí, Jô.
- Então... é que amanhã é meu aniversário.
- Poxa, que bacana, hein. Parabéns, fico feliz por você. Quantos anos? 42? - diz o técnico sorrindo.
- Quê isso, professor, também não é assim, né! Sei que estou meio devagar, mas ainda estou me adaptando ao Brasil, o senhor sabe como é.
- Sei, sei, Jô, tudo bem. Bem, mas falando sério, espero que possamos lhe dar um grande presente na quarta-feira, quando faremos de tudo para garantir o empate contra o perigosíssimo time boliviano. Não pense que será fácil só porque goleamos aqui. Futebol não tem bobo. Corremos grande risco lá. Mas sei que com muita raça, podemos até sair com o empate ou pelo menos perder de pouco, não acha?
- Então, professor, é exatamente sobre isso que eu queria conversar - diz o jogador, enquanto pensava "Que babaca". É que, como eu disse, é meu aniversário e o pessoal tá organizando uma festa pra mim nesta terça à noite.
- Ué, mas estaremos viajando, né. Que pena, o pessoal vai ter que cancelar a festa.
- Então, mas eu fiquei pensando. O Jajá jogou tão bem no último jogo, né. E ainda tem o Gilberto. De repente, eles podem ficar na reserva lá e o senhor não precise de mim. A gente pode inventar aí um desconforto muscular, ou outra dessas desculpas que a gente sempre dá. Poxa, professor, meus amigos todos estarão aí. Eu queria mesmo ficar pra festinha.
- Olha, Jô, eu te entendo, meu rapaz, sinceramente. Pra dizer a verdade, eu até gostaria de ficar pra sua festa também, pois tenho receio do que possa acontecer lá em La Paz. Se o Inter perder lá, vai todo mundo me cobrar, encher o saco, vai ser pressão demais. Ah, se eu pudesse ficar e ir pra sua festa sem maiores preocupações. Mas, a vida, meu jovem, não nos dá descanso, é bom que você aprenda isso. Portanto, infelizmente não posso te liberar. Viajamos todos e seja lá o que acontecer no jogo, pelo menos estaremos juntos. Agora, volta pro treino.
- Mas professor! Eu já dei minha palavra pra todo mundo que ficaria, cara.
- "Cara"?!
- Desculpa, professor, é que eu tô preocupado. Ninguém vai ficar sabendo, isso vai ficar entre nós, professor. Se o senhor quebrar esse galho, fico lhe devendo um favor pessoal.
- Jô, não insista. Não haverá liberação e ponto final. Volte pro treino, por favor.

E, então, Jô saiu cabisbaixo, pegou suas coisas, não falou com ninguém e foi embora. No caminho para o carro, ia pensando "Esse bosta pensa que manda em mim, ha!". A cara fechada no trajeto até o estacionamento mudou para um belo sorriso, assim que entrou e fechou a porta do carro. "Quem me trouxe pra cá foi Fernando Carvalho, ora essa. É só a ele que devo satisfação, o resto que se f#%@".

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Depois desse episódio, tivemos o empate com sabor de "Batalha dos Aflitos", na quarta. Sim, é bom poder voltar a falar de futebol. Mas aí é que está: nosso futebol está um grande e fedorento bolo fecal. Poucas vezes eu vi um jogo tão ridículo e horroroso, como nesta quarta. Procurem os melhores momentos da derrota do Santos e comparem com os nossos. O Santos jogou muito mais bola. Muito mais. E ainda tem gente que usa o gramado como desculpa. Quer dizer que quanto melhor o jogador, pior ele joga em condições adversas? É essa a lógica mesmo?! Meu deus, o que a gente precisa escutar nessa vida... Time bom, joga em qualquer lugar. Se a bola não rola, então os passes tem que ser a pequena altura, como no futebol de areia. Quem tem técnica tem que ter alternativas.

Vejam essa reportagem aqui. Imaginem o tamanho do cagaço do Dorival ao ler isso aí? E vejam o tamanho da preocupação do Santos com a gente.

PRECISAMOS DE UM TÉCNICO DECENTE. Eu não sei um nome, mas concordo com quem diz que talvez valha a pena buscar um português. Temos um elenco muito bom, não excelente, mas muito bom. Do meio para trás, em termos táticos, SOMOS UMA PIADA.

#CornetaÀMil! :-)