quinta-feira, janeiro 12, 2012

0 Feijão e Confiança

Galera como escrevi no outro dia estamos procurando novos colaboradores para o BV. Leia 3 Posts abaixo para ver os detalhes.

Recebi 8 emails com textos e vou reproduzir todos aqui nos proximos dias, talvez 2 ou 3 por dia. Não sei exatamente como a escolha será feito e mesmo isso não sendo uma competição como antigamente ainda quero contar com as opiniões dos leitores sobre os textos.

Todos que forem publicados nos proximos dias estão convidados a escrever novamente semana que vem. Os que não escreverem serão automaticamente eliminados (e eu não vou mandar email pedindo o segundo texto, então espero que estejam lendo isso) porque alem de ter que escrever bem, o colunista tem que ter presença no Blog 1 vez por semana e até peço que se você acha que não tens tempo para escrever uma coluna semanal com uma boa frequência é melhor nem entrar na parada. Só digo isso porque um Blog tem que ter uma sequência, uma rotina e fica dificil com ausências frequentes.

Então vamos aos primeiros 2 textos que recebi. Colocarei na ordem que recebi. Obrigado aos que mandaram os textos e ao pessoal que irá ler e dar sua opinião.
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O Feijão com Arroz, os Pratos Elaborados e o Futebol Colorado.
Escrito por Roberto Fernandes

Em dezembro, em um dos poucos dias de férias que tiro por ano, tive o prazer de comer um maravilhoso prato em um restaurante dos Ingleses, em Santa Catarina. Um saboroso salmão grelhado, com alcaparras e cogumelos, além de outros acompanhamentos diversos. Uma iguaria com um sabor único, forte, simplesmente uma das melhores coisas que comi no último ano. O que talvez surpreenda é que não gosto de alcaparras e muito menos de cogumelos. E acho que misturar tudo em um prato é algo exótico demais para meu paladar. Mas deu certo. Embora eu dificilmente comeria aquele prato mais de uma vez em uma mesma semana.

E eu gosto do feijão com arroz. Do churrasco temperado apenas com sal grosso. Gosto do básico e acho que ele funciona muito bem. Contenta a todos e alimenta bem. E é bom. Muito bom. Comeria todo dia, se fosse possível.

E acredito nos mesmos preceitos da culinária para o futebol. A invenção, o ingrediente secreto, a mistura que a primeira vista parece impraticável, tudo isso tem lugar. E pode surpreender positivamente até quem já começa achando que está errado. Mas deve ser dosado e utilizado com sabedoria. Não pode cair no lugar comum.

O futebol colorado de 2011 foi um prato diferente. Diferente demais. Com muitos ingredientes fora do lugar e preparado de forma estranha. Saia do tradicional, com laterais jogando como meias, meias como atacantes... E as vezes sem ingredientes importantes. O que parecia errado as vezes terminava certo, mas geralmente não era o caso.

E se deixou de lado o feijão com arroz. Se esqueceu dos ingredientes básicos: 2 zagueiros, 2 laterais, 2 meias e dois atacantes. Nada misturado, mas distribuído cuidadosamente em cada ponto do campo, para que não se misturem, mas se complementem. Que os ingredientes mais “verdes” sirvam como compensação para aqueles mais passados, mas que ainda tem um sabor característico e são importantes para o resultado final.

E essa é minha expectativa para 2012. Um ingrediente novo pode ser interessante, mas fazer o básico é a receita ideal para um prato saboroso e nutritivo ao estilo gaúcho. E torço para nosso Chefe perceber isso. Culinária Brasileira. Não francesa ou espanhola. Vamos aproveitar nossos ingredientes.
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A confiança da desconfiança
Escrito por Alexandre Paz Garcia

Serei bastante sincero neste breve texto. Não estou confiante neste time do Inter para a conquista do tricampeonato da Libertadores. Mas isso traz um alento pessoal. Porque igualmente não confiava no time nos títulos de 2006 e 2010.

Em 2006, muito embora o time fosse abissalmente mais sólido, em especial, no
que respeita ao sistema defensivo (Bolivão e Índio 6 anos mais novos; Eller voando; Ceará na melhor fase da carreira), a carga de decepções acumuladas durante os áridos anos 80 e 90 não me permitiram sonhar muito alto. Em 2010, por sua vez, a inconstância do time, que se fazia sentir desde os nossos nada confiáveis goleiros (Pato e Renan) até o nada saudoso Fossati, era uma ducha de água fria em qualquer incipiente otimismo. Porém, mesmo assim, com toda a desconfiança e descrença de minha parte, em ambos os casos, levantamos a taça no Gigante.

Enfim...

Não sou de me agarrar em coincidências, superstições e outras formas de insegurança diante de algo que não podemos controlar. Até porque 2010 foi repleto dessas coisas: ano de Copa do Mundo, Brasil eliminado nas quartas por um time europeu, primeiro gol na Libertadores feito pelo lateral-direito...e por aí vai. Tudo como em 2006.

Mas que entrar na Libertadores desconfiado com o time me dá uma certa confiança, tenho que confessar que dá. Até porque, trazendo a coisa para o lado racional, se fomos campeões com Renan no gol, Bolívar já decadente na zaga, Matias no meio, Alecsandro na frente e Celsão na casamata, creio que seja mais fácil com o que temos atualmente.

Porque Muriel, embora não inspire a confiança e a tranquilidade de um Taffarel, é jovem e erra bem menos do que os arqueiros de 2010; porque a zaga, desta vez, começa por um zagueiro em ascensão, vigoroso e que terá, tomara, um companheiro experiente e consagrado; porque o meio, ainda que comece por dois volantes cujo vigor não é o mesmo de outros tempos, tem em Oscar e D'Ale duas figuras que podem decidir um jogo num lampejo de genialidade; e, especialmente, porque temos no ataque um jogador de movimentação acostumado a esta competição, ávido por mostrar a que veio (Dagoberto) e que jogará ao lado de um centroavante talhado para trombar com os castelhanos e entrar com bola e tudo no gol dos adversários (Damião). Dorival, sinceramente, se simplesmente colocar os melhores para jogar, coisa que Roth jamais fez em sua carreira, já está anos-luz na frente.

Claro que, antes da caminhada iniciar, temos um desafio gigantesco. Que tem este tamanho somente pela aparente incapacidade do Inter de lidar com o favoritismo. Como já vimos em diversas outras oportunidades. Sendo a primeira, das que eu presenciei, protagonizada diante do Bahia, numa final de Brasileirão, num melancólico 0 X 0 diante de 80.000 colorados (é, naquela época cabia isso no Beira-rio). Da última nem preciso lembrar, porque ainda está bastante viva nas nossas memórias e nas piadinhas que recebemos via e-mail de tempos em tempos.

Em suma, não estou nada confiante no tricampeonato. E é essa desconfiança que me deixa bastante confiante de que podemos, sim, estar no Japão em dezembro. Boa Libertadores para nós!

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