quarta-feira, janeiro 14, 2009

9 Expectativas

Inicialmente, apesar do longo atraso, gostaria de desejar a todos um ótimo 2009, repleto de conquistas e realizações pessoais a todos. Peço desculpas pelo longo tempo sem postar, mas começo de ano é o período mais complicado pra mim no trabalho, devido aos procedimentos necessários para o fecho contábil referentes ao ano anterior da economia angolana.

Mais um ano que começa, e futebolisticamente falando, mais um ano de pré-temporadas, especulações e expectativas.

Uma particularmente me deixa ávido por novidades e novas perspectivas: o patrocínio.

Muito se especula em valores, que poderiam chegar na faixa dos 15 milhões, caso o patrocínio fosse casado entre a dupla grenal. Especula-se também nomes, e entre eles, um nome que ganha força, e creio eu que iria satisfazer a todos os colorados seria o da Emirates.

No entanto, de concreto até agora, nada. O contrato com o Banrisul acaba na metade do ano, e pelo visto, será necessário esperar até lá para termos conhecimento de qual empresa irá estampar seu nome em nosso manto sagrado e será parceira do clube em nossas vindouras conquistas.

Espero que independente do nome, leve-se em consideração o patamar administrativo e econômico que o colorado alcançou, bem como o nível de excelência clubista que projetamos para o futuro, e que assim encontre-se um parceiro no sentido real da palavra para alcançarmos voos ainda maiores e nos consolidarmos no cenário nacional e internacional.

Vale ressaltar que a crise mundial, chamada de “marolinha” pelo nosso estimado presidente, e que já fez com que o governo liquidasse bilhões de dólares de sua reserva cambial, afeta todos os setores da economia e com o futebol não será diferente.

Qual o reflexo que esta crise terá em nosso amado clube? Um deles já parece imediato, pois o assédio a jogadores tem se mostrado muito mais tímido do que em oportunidades anteriores.

Para reflexão, deixo um trecho de um excelente tópico de um fantástico blog, o Olhar Crônico Esportivo.


…os humores econômicos ditam de forma direta a saúde do futebol e outros esportes de ponta. Logo, de que adiantaria começar a leitura do jornal, como fiz durante décadas, pelo caderno de esportes? Encontraria a manchete esperançosa e otimista na linha “time X vai contratar Fulano Bom de Bola”, “time Y perto de fechar acordo com Beltrano Craque de Bola”, e outras na mesma linha, variando os fulanos, beltranos e cicranos, todos muito bons de bola, claro, todos muito perto de assinar isso e mais aquilo e logo depois estufarem as redes adversárias com gols antológicos e decisivos, trazendo a felicidade geral para uns e tristeza infinita para outros.

Uma simples vista-d’olhos ao dito cujo caderno de economia, entretanto, seria o bastante para lermos as manchetes otimistas com um viés (palavrinha em moda na economia) de ceticismo, digamos.

Ainda há gente dizendo que a Philips estaria disposta a investir supostos 25 milhões em patrocínio no São Paulo.

Será a mesma Philips que suspendeu por alguns meses os contratos de trabalho de 460 dos 1.700 trabalhadores de sua fábrica de Manaus?

Fabricantes de motocicletas tentam reduzir a jornada de trabalho para 3 dias por semana, claro que com correspondentes reduções nos salários e encargos.

Em São Paulo, o Magazine Luíza revê, necessariamente, sua expansão na região metropolitana, depois de bombástica chegada à região com a inauguração de 50 lojas num só dia, há poucos meses.

Nas areias da Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e arredores, metalúrgicos em férias – coletivas e prorrogadas – falam mais da economia que do futebol, entre uma cervejinha aqui e uma tirinha de picanha ali.

Tem muito mais coisas no ar que os aviões de carreira, que breve terão seus voos diminuídos, o que contribuirá para a melhoria da qualidade do ar. Entre as coisas que voam por aí afora, estão declarações de dirigentes de clubes. Apesar dos claros sinais que a realidade envia, a maioria segue falando em contratações e obras estrondosas, isso claro, para não citar os patrocínios.

Depois de muito falatório em torno de 30 milhões, que até eram viáveis antes da Crise do Crash, os dirigentes do São Paulo viram a LG recuar de módicos 18 milhões por um ano e mais 3 milhões num centro de eventos, para os mesmos 16 milhões de 2008 e mais o centro de eventos – só que por três anos, no mínimo. Resultado: o São Paulo já está em campo com sua camisa limpa, como não acontecia desde o princípio dos anos 80, exceto por uma ou outra escorregadela.

Mesmo com Ronaldo, o Corinthians ainda não fechou nenhum patrocínio para 2009 e as declarações se desencontram, muito além das camisas vendidas, que segundo o presidente foram 3 milhões, mas segundo o departamento de marketing do clube não passaram de meio milhão. Sanches falou em patrocínio de 20 milhões de reais da Emirates, mas seu vice de marketing, Rosemberg, falou que nada foi conversado com a Emirates. Enquanto isso, o clube assina contrato para reformar a Fazendinha, numa obra cujo custo correto não é conhecido, mas apenas estimado entre 5 e 12 milhões de reais.

No Palmeiras a indefinição segue dando as cartas. Todos esperam a definição da Fiat, se ela vai ou não renovar o patrocínio e se vai fazê-lo por pelo menos 12 milhões por ano. Ora, essa é a mesma Fiat que, ao lado de mais 14 indústrias de autopeças de Betim e região, tenta negociar um acordo de redução de trabalho e salários, para poder suportar com menos perdas o período recessivo que já chegou. Como disse um executivo há dias e este blog citou, como assinar um patrocínio milionário com um time de futebol e dias depois demitir dois mil chefes de família?

No Rio de Janeiro segue indefinido, ao que parece, o valor final do novo acordo do Flamengo com a Petrobrás. Fala-se agora em 14,2 milhões de reais por ano, uma redução de dois milhões em relação ao que foi pago em 2008, mostrando que meu “realismo” ao projetar 18 milhões ou pouco menos, era ainda muito otimismo de minha parte.

Pelo andar da carruagem, caso consiga apresentar os documentos fiscais necessários, o melhor patrocínio do futebol brasileiro acabará sendo o do Vasco da Gama, que assinou contrato, ainda pendende, com a Eletrobrás (Eletrobrás/PMDB?) para receber 14 milhões de reais por ano, dos quais 11,5 para o futebol e 2,5 para projetos “sociais”, pouco delineados no contrato inicial.

Em Belo Horizonte, o Cruzeiro segue sem patrocinador também, aguardando a definição da mesma Fiat que tem deixado o Palmeiras empacado. De volta a São Paulo e ao Palmeiras, que sonha com a Samsung para ocupar o lugar da montadora. Sonho ornado por valores anuais que variam de 10 a 15 milhões de reais por ano e que chega às raias do delírio, como o boato que circulou não faz muito tempo dizendo que a empresa coreana pagaria 250 milhões de reais pelos naming rights do Palestra Italia. Ora, nesse caso seria mais barato a própria empresa construir a nova arena palmeirense e aumentar seu direito de dar-lhe o nome.

Sonhos, ou pesadelos, dessas tardes estranhas desse verão igualmente estranho.

9 Comentários:

Fernando Gonçalves disse...

Muito bom texto, Davi !

A coisa tá ficando feia mesmo.

Talvez o fato do contrato com o Banrisul acabar no segundo semestre acabe favorecendo o Inter em relação aos times que estão assinando contratos agora.

Quem sabe até junho essa situação melhore e apareçam várias empresas com grana e ávida por um clube para patrocinar ?

Fernando Gonçalves disse...

Mais uma pro Inter :

A equipe de redação do blog Faz Caber da Revista Época fez uma eleição interna e elegeu o escudo do Inter como o mais bonito da Série A.

É lindo mesmo.

Segue link :

http://colunas.epoca.globo.com/fazcaber/2009/01/05/os-dez-escudos-mais-bonitos-do-brasileirao-2009/

Estevam - arenavermelha.blogspot.com disse...

Hehe, Grande Davi, estamos sintonizados...rsrsrs

O que chama a atenção nisso tudo é o que eu falei lá no Arena, pela primeira vez em muitos anos vários grandes clubes começaram o ano sem patrocínio (SP, Corinthians, Palmeiras, Cruzeiro, entre outros), isso sem contar os grandes com patrocínio estatal (Flamengo, Vasco, Botafogo, Inter, Gremio...). Claro que tem contatos e propostas, mas não chegaram nos valores que eles queriam e estão tendo que negociar um monte pra chegar numa proposta boa.

É o reflexo da marolinha do nosso presidente...

Parabéns pelo post.

PS: Quando puder, apareça lá no chat do Arena pra trocarmos uma idéia... Tem vários blogs legais de marketing e patrocínio na rede..

Davi disse...

Fernando, sinceramente não sei o que pensar. Espero ao menos que o patrocinio com o Banrisul atinja valores proximos aos principais clubes do futebol brasileiro. No entanto, parece que essa definição vai ficar apenas pra metade do semestre.

Estevam, respondi lá no Arena. Realmente é impressionante tantos clubes grandes sem patrocínio.

Abs

Marco disse...

Até hoje não entendi as altas cifras do mundo do futebol, principalmente do lado de lá do oceano.

Tudo bem, eles são ricos, belos e brancos, mas tinha algo errado sim. Ou ainda tem, a julgar pelo post do Estevam no Arena, e pelas contratações que anuncia-se das grandes estrelas.

Também acho que o fato de nosso contrato acabar em junho pode nos favorecer, SE a crise amainar; caso contrário, vai é complicar mais.

Nestas horas, é bom ter patrocínio de banco, seja ele estatal ou privado. Aliás, o Bradesco é vermelho e branco, não?

Marco disse...

Além disto, é odioso como os clubes cariocas se aproveitam das estatais federais.

Devem os tubos à União, e ainda recebem fortuna de nossos bolsos contribuintes.

Uma estatal que não tem concorrente nem atuação no mercado consumidor (Eletrobrás) pagar R$ 14 milhões anuais a um time falido e recém-rebaixado à Segundona...

... só isto já seria motivo de uma CPI, daquelas de dar dor-de-cabeça do contínuo ao ocupando da cadeira-mor do Planalto.

romulo disse...

um patrocínio da Emirates caía bem
ela ja ta em atividade no Brasil?
tem que chegar chegando já, patrocinando nosso time.. baita empresa

col disse...

Muito bom Davi.

Como disse o nosso nobre presidente, vai ter muinto clube "sifu"....

Aqui no epicentro da crise as coisas andam muito ruins. O tempo vai dizer se o resfriadinho no Brasil vira gripe, pneumonia(nao acredito hoje) ou se o paciente nao vai "sifu".

Daniel D disse...

po, ta blz tem q tem assunto, q da pra falar bastante, e o texto ta bacana e tal ..

mas po, ta muito grande, e se tratando de blog, eh complicado ler um textão.

nada contra o texto ou autor, soh contra o tamanho =)

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