terça-feira, maio 08, 2007

3 A primeira vez

Escrito por Raul Pons.

Calma, não tirem as crianças da sala, o assunto ainda é futebol! He, he, he.

Vocês já pararam para pensar qual foi a primeira partida que assistiram? Ou qual a primeira recordação que possuem do Internacional?

Buscando nos recantos mais escondidos da memória, descobri várias lembranças anteriores do que eu considerava o primeiro jogo que assisti do Internacional, a grande final do Brasileiro de 1976.

Eu me recordo vagamente do meu pai escutando uma partida em um rádio antigo que tínhamos. Considerando o rádio e a casa onde morávamos, esta partida deve ter ocorrido em 1973.
Já morando em Porto Alegre, outra recordação, esta bem mais viva: 28 de março de 1976. O Internacional enfrentaria o Cruzeiro, no Beira-Rio (pela Libertadores) e meu pai e meu tio decidiram ir ao jogo. Eu tentei de todas as maneiras convencê-los a me levarem, mas como era um jogo noturno, decidiram que eu tinha de ficar em casa. Menos mal, minha estréia no Beira-Rio não foi com derrota, pois nesse dia o Colorado levou 2x0 do Cruzeiro.

Os meses passam e chega dezembro. O Internacional vai decidir o campeonato brasileiro com o Corinthians: dia 12 de dezembro de 1976. Lembro muito pouco desta partida. Apenas de que ainda morávamos em Porto Alegre (pouco depois, nos mudaríamos para o interior). No pequeno apartamento, eu assistia a partida na cama dos meus pais, que tomavam chimarrão na sala. A única lembrança mais nítida da partida foi no momento do segundo gol colorado. A bola bateu no travessão e caiu dentro do gol, mas Tobias a puxou para fora. O juiz confirma o gol, mas o time do Corinthians vai para cima do árbitro. Na frente da TV, conhecendo as regras do futebol através do futebol de mesa e do acirrado futebol de rua (com traves pequenas e sem goleiro), eu gritava: “Bate de novo a falta, então, mas não anula!”. Na cabeça de uma criança de seis anos, uma falta direta era quase um pênalti, e não havia nada de errado em um juiz, em caso de dúvida, mandar cobrar novamente a falta, em vez de decidir pelo gol ou bola do goleiro. Por sorte, o senhor José Roberto Wright tinha mais de seis anos e manteve a decisão de gol.

De 1977, me recordo vagamente do Gre-Nal decisivo do campeonato gaúcho, e do salto mortal do André Catimba, após o gols que deu o título ao Grêmio. Foram dois sentimentos causados pela: surpresa, pois era a primeira vez na vida que eu via o Internacional perder um título para o Grêmio (desde que eu havia nascido, sempre o Colorado era o campeão gaúcho), e raiva, muita raiva! Torci para que o André Catimba tivesse quebrado o pescoço, ao cair errado, após o salto. Também lembro de ter colecionado o álbum de figurinhas do Campeonato Brasileiro.

A partir de 1978, aí o futebol tornou-se parte do meu cotidiano. Acompanhei o Mundial da Argentina, preenchendo minha primeira tabela de resultados. No campeonato brasileiro, minha memória mais clara foi a derrota para o Palmeiras, no primeiro jogo das semifinais (0x2). Eu achava inaceitável o Internacional levar um gol de um jogador chamado Toninho Vanusa! No campeonato gaúcho, a emocionante decisão em um jogo-extra, quando Valdomiro deu um show, marcou dois gols, conquistou o título para o Colorado e encerrou a carreira do goleiro Corbo no Grêmio.

O ano de 1979 foi a consagração. Todo jogo do Internacional, na TV ou rádio, eu acompanhava. Em 1981, minha estréia no Beira-Rio: empate em 0x0 com o Bangu. Logo comecei a anotar resultados, mas de maneira muito amadora, e perdia com facilidade as folhas onde copiava os dados das partidas. Somente anos mais tarde, ao voltar para Porto Alegre, começaria a anotar de forma mais sistemática as informações sobre jogos, montando o arquivo de mais de 4.000 jogos que hoje possuo.

3 Comentários:

diana oliveira disse...

4000 jogos raul! isso não é arquivo, é uma biblioteca colorada!
o primeiro jogo q tenho a nítida lembrança foi aquele contra o Bahia, em 88, infelizmente... eu tinha dez anos, sou da geração q cresceu sofrendo. ainda bem q a turminha dos fernandos mudou o rumo dessa história.
abrçs

Tiago Finkler disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tiago Finkler disse...

Bá essa é difícil. Eu me lembro que não consegui entrar no grenal do século e que assisti pela TV as finais do brasileiro de 87 e 88. Também lembro muito bem que o Cláudio André Taffarel sempre foi o titular absoluto do meu time de botões...

Mas eu acho que muito antes de tudo isso tem a minha bola de plástico com o símbolo do colorado. Bá... desde as minhas mais antigas memórias eu já estava chutando aquela bola contra a parede e fazendo gols imaginários pelo INTER.

Também me lembro de uma vez que quando eu tinha uns seis anos um amigo meu veio me dizer todo cheio da razão que o grêmio era o melhor time de todos pois já tinha sido vinte vezes campeão gaúcho. Eu era muito criança para ter argumentos contra aquilo. Vinte me pareceu um número realmente grande... Então, imediatamente depois, um outro amigo nosso abriu o álbum da copa união e nos mostrou que o INTER já tinha sido trinta vezes campeão gaúcho. Bá, eu não tenho certeza dos números, mas eu me lembro nitidamente da sensação de orgulho e de grandeza que aquilo me proporcionou.

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